quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Ano novo, ano velho

Não sou a maior fã do último mês do ano, acho irritante essa obrigação de ser otimista e fraternal só porque o calendário está na última página. A histeria por compras, festas e muita comida e bebida, então, é uma coisa que me tira do sério. Só tem uma coisa que eu gosto: fazer o balanço do que aconteceu e planejar o que pretendo fazer nos próximos 12 meses.
Em 2008 muita coisa mudou e algumas aconteceram pela primeira vez. Em janeiro passei um mês morando num hotel em Goiânia, nunca tinha sido tão independente, foi bom perceber que eu sou capaz, mesmo tendo escolhido voltar pra minha vida de dona de casa em Brasília. Em fevereiro nos mudamos pro apartamento onde vivemos até agora, foi a primeira vez que recusei uma proposta decente de emprego, fiz pra manter o que é mais importante pra mim agora. Comecei meu primeiro cursinho pra concurso em março, e o Bernardo começou a estudar. Abril entrei em crise interna de novo, sendo mais uma vez, salva pela minha irmã de coração. Em maio foi o casamento dela e pela primeira vez na vida fui madrinha, foi muito bom reafirmar nossa amizade que dura há tanto tempo. Também nesse mês fiz minha primeira viagem interancional, fui sozinha com meu filhote para a Espanha, visitar minha irmã e conhecer a família do meu cunhado. Junho foi meu aniversário e recebi a notícia de que meu priminho Danilo ia ser papai. Em julho foram as olimpíadas, período em que praticamente fico viúva, só tinha o CQC e o Dr. House pra me fazer companhia. Agosto foi de longe o pior período do ano. Setembro e outubro não me lembro de nada relevante, novembro levei um baita susto e dezembro é o que é pra todo mundo.
No próximo ano pretendo voltar a trabalhar, continuar apaixonada pelo meu marido, aprender alemão e francês, viajar pra Europa e dessa vez conhecer Paris. Amém

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Let it be


Se aprendi algo esse ano, especialmente nas últimas semanas, foi a deixar a vida nas mãos de Deus. Pra mim, que sou controladora, ambiciosa e prepotente, não foi nada fácil chegar às conclusões que me fizeram passar a pensar assim. Hoje fazem 13 anos que perdi minha mãe, fazem uns dois meses que entendi o porquê disso, sem entrar em maiores detalhes, com racionalidade e lógica acabei entendendo que foi melhor assim; acreditem, isso foi uma das coisas mais difíceis que já fiz. Outro fator que me fez aceitar melhor a vontade dEle é a atual crise econômica: duas das empresas em que eu quis desesperadamente trabalhar, demitiram há poucas semanas mais de cinco mil pessoas, considerando que se eu tivesse conseguido entrar eu ainda seria trainee (que é um estagiário de luxo), provavelmente eu teria sido das primeiras a "rodar", isso depois de mudar de cidade e ficar um ano distante do meu marido e do meu filho, que pra mim são mais importantes do que ser presidente da Unillever. Agora acabei de conferir uma prova que fiz, e na qual se eu passar, vai mudar bastante a vida da gente. É algo que eu sempre quis, mas não estou ansiosa, o que Ele quiser e fizer eu tenho certeza de que será o melhor pra mim.

domingo, 14 de dezembro de 2008

Caminha

Pra que precisamos de sono? Não seria ótimo se o corpo e a mente dipensassem o descanso e produzissem 24 horas por dia? Em momentos de insônia é meio frustrante não aproveitar esse tempo em que os olhos se recusam a fechar e a mente quer permanecer alerta, mas não dá pra funcionar 100% sem recarregar a bateria, seria bom fazer algo mais do que escrever no blog e ficar vigiando o twitter.

sábado, 13 de dezembro de 2008

Âncora

Existem pessoas que nos marcam, não necessariamente por uma ação ou palavra, mas principalmente pela postura diante das coisas, conheço duas pessoas assim: uma é parente, outra eu gostaria que fosse, é uma irmã de coração. Não é que não façam o que todo mundo faz, mas têm uma maneira de encarar a vida e um jeito tão certo que se tornam irrepreensíveis, mesmo quando erram. Acredito que sendo tão dignos, qualquer erro banal se torna pequeno demais diante de sua grandeza, são pessoas merecedoras de admiração e respeito a quem considero uma espécie de coluna, sustentáculo. Muita gente tenta ser assim, porém não acredito que essa característica possa ser aprendida ou adquirida, essa força é presente de Deus, e não há nada que se possa fazer quanto a isso

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Dois Filmes


Recomendo os que vi ontem, um drama e uma comédia, respectivamente "Em nome de Deus" e "Casamento Grego", já havia visto os dois algumas vezes, mas ontem percebi um link entre os dois: ambos falam de sacrifícios por amor; a grande diferença que vejo entre essas histórias e outras, inclusive do nosso dia a dia, é que esses amores e sacrifífios eram mútuos, ninguém estava tentando conquistar ninguém, eles só queriam conquistar o direito de viver esses realcionamentos. Se não der pra ver os dois, vejam "Em nome de Deus", que é um filme profundo em todos os sentidos, e o único senão é que usa cenas picantes que, na minha opinião, eram desnecessárias porque o filme é uma obra de arte, mas elas não chegam necessariamente a atrapalhar a poesia da obra.

sábado, 6 de dezembro de 2008

Stress

Temos uma festa começando em pouco mais de duas horas, falta comprar os insumos, encontrar tres pessoas pra trabalhar, impimir o contrato e buscar a kombi na casa da titia, que fica a quase 20 km daki. E eu faço o que? Resolvo postar no blog.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

House


Tenho acompanhado nos últimos meses esse seriado da Universal feito uma velhina segue a novela das seis. Óbvio que o programa é super bem produzido e os atores são ótimos, mas o que mais me chama a atenção é como o House, sendo tão ao contrário do que as pessoas gostam nas outras, consegue conquistar o público. O cara é cínico, mentiroso, trata mal todo mundo, viciado, não respeita e nem acredita em ninguém, mas os espectadores torcem e gostam de verdade dele, é fascinante admirar as diferentes maneiras como ele consegue chocar mesmo quem o conhece há muito tempo, ver sua mente doente funcionar então..., mesmo sendo fictício, o Dr. House é o melhor médico de que tenho notícia, tem uma personalidade marcante, uma inteligência fora do comum e consegue o que poucos conseguem: cativar principalmente quando é cruel.

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Momento saudade da mamãe


Depois de uma manhã de emoções fortes, finalmente alguma coisa me fez chorar. Música sempre me toca, e a voz do Freddy sempre mexeu muito comigo.

Love Of My Life

Queen

Composição: Freddie Mercury

Love of my life, you've hurt me
You've broken my heart, now you leave me.
Love of my life can't you see,

Bring it back bring it back,
Don't take it away from me,
Because you don't know
What it means to me.

Love of my life dont leave me,
You've stolen my love, you now desert me,
Love of my life can't you see,

Bring it back bring it back,
Don't take it away from me,
Because you don't know
What it means to me.

You will remember
When this is blown over,
And everythings all by the way,
When I grow older,
I will be there at your side,
To remind you how I still love you
I still love you.

Hurry back hurry back,
Don't take it away from me,
Because you don't know
What it means to me.

Love of my life ...

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Quebra-cabeças

Do que somos formados? De que mistura rara e complicada resulta uma pessoa e tudo o que ela representa? Herança genética? Experiências? Relacionamentos? Tudo isso junto e mais alguma coisa? Acho que é por aí, a questão é essa "mais alguma coisa". Gosto de acreditar em alma, alguém mais cético pode falar em inúmeras combinações possíveis que fazem cada um ser o que é. Por que mudamos tanto e continuamos sendo os mesmos? Definitivamente não sou a mesma pessoa que era dois anos atrás, provavelmente não sou a mesma que era há 24 horas, mas posso lembras de atos de 20 anos que representam muito bem a pessoa em que me tornei. Disso tudo só consigo tirar uma conclusão: ainda bem que eu não estudei psicologia.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Tarja Preta


Finalmente o meu descontrole me rendeu uma receitinha azul, não me incomodo nem me sinto anormal com isso, mas é interessante ver o quanto as pessoas se chocam, minha amiga da época da faculdade me fez fazer um relato detalhado de como cheguei a "esse ponto", meu marido me trata como se eu fosse surtar a qualquer minuto e hoje fez a nossa vizinha vir aqui porque eu não atendi o telefone (o aparelho está ruim e às vezes não toca) nunca fui tratada com tanto cuidado por todo mundo, o que é engraçado, porque estou muito melhor agora do que antes (acho que é essa a idéia do remédio, não é?) estou disposta e muito mais paciente que o normal, e já tem uns dois dias que não penso em virar hippie e me mudar pra Pirenópolis, quem me conhece consegue me imaginar vivendo como hippie? Acho que não. O que interessa é que estou bem, não estou ótima, mas estou bem.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Post retirado do "Blog do Tas"

Não dá pra acrescentar nada e nem pensaria em escrever melhor, só que de novo sinto vergonha de fazer parte dessa sociedade.

"Zezinho" é assassinado



A Casa do Zezinho, há mais de 10 anos, é um oásis de cultura, educação, civilidade e afeto para 2 mil crianças na periferia de São Paulo. Localizada no epicentro dos bairros Jardim Ângela, Capão Redondo e Parque Santo Antônio, a Casa oferece dezenas de oficinas culturais, além de apoiar os jovens na escola e na vida doméstica. A maioria esmagadora deles não tem pai, poucos podem contar com a mãe, geralmente ocupada em lutar na cidade para levar algum dinheiro para casa, ou em muitos casos, afundada no alcoolismo.

Mesmo com esse quadro duro, assustador, frequentar a Casa do Zezinho, com frequento como colaborador voluntário há mais de 5 anos, é uma grande alegria. Porque lá a gente aprende com o sorriso e garra das crianças. Quem vive do outro lado da moeda e acha que a vida é dura e injusta, pode tomar uma ducha instantânea de ensinamentos a um simples contato com um garoto ou garota da Casa do Zezinho. Todos eles são sobreviventes e vencedores de uma guerra dura e diária.

Na última segunda-feira, essa ONG, que representa um verdadeiro DNA de ética e eficiência para o país, foi barbaramente atingida. Um de seus "Zezinhos" mais queridos, já grandinho, com 23 anos, lutanto para enfrentar a vida, agora como pai de família, foi estupidamente assassinado. O nome dele é Alberto Milfont Jr. Segue o relato indignado abaixo das educadoras da Casa do Zezinho, ao quem eu me junto e convido cada um de vocês a se juntar e espalhar essa notícia por aí.



..::..

Nota de repúdio e indignação

A Casa do Zezinho está de luto. A ONG Casa do Zezinho mostra seu profundo repúdio e indignação. Um dos seus filhos queridos, o jovem Alberto Milfont Jr, (23), foi barbaramente assassinado dentro das Casas Bahia na Estrada de Itapecerica por um segurança terceirizado, que trabalha nessa instituição, na segunda feira por volta das 16 horas. O segurança, em sua defesa, alega que agiu assim porque simplesmente o jovem estava mal vestido.

O jovem Alberto, mal vestido, morre com a nota fiscal, com comprovante de compra nas mãos.

Enquanto aguardava dentro da loja, “roupa de trabalhador”, sua esposa Darilene (22) voltava do caixa aonde fora pagar a prestação da compra de um colchão. Foi abordado pelo assassino, terno preto. Depois de um bate boca ligeiro o segurança saca da arma e atira à queima roupa. O jovem tomba sem vida.

Suas últimas palavras: Sou cliente, não sou ladrão!”. A partir daí se calou. Calou da mesma forma como estamos calados, sufocados há 400 anos. Que grande equívoco este país!

Mal vestido, roupa de trabalho, é um sinal verde para o braço armado da sociedade, o assassino pago para atirar. Alberto deixa esposa e um filho de 5 meses. Alberto deixa morta a remota esperança de milhares de jovens brasileiros. Estudar pra que? Trabalhar pra que? Ser honesto pra que? Brasileiros alfabetizados, respondam honestamente essa pergunta!

O menino brincalhão, comprido e de pernas finas entrou para a Casa do Zezinho aos 10 anos. Sua turma do Parque Santo Antônio já estava todinha ali. Vai ser muito legal, ali vamos nos divertir para valer. O jovem deixa excelentes recordações em toda nossa comunidade, onde permaneceu como um membro muito querido até 2003.
Estava de casamento marcado com a jovem Darilene, com quem tinha um filho de apenas 5 meses.

Suspeita e pobreza sempre juntas na nossa história.

Nenhum (a) jovem “mal vestido” (leia-se moreno, pardo) da periferia ousa sequer pisar num shopping de grife da cidade sem levantar as mais alarmantes suspeitas. Nenhuma placa, nenhum sinal explcita essa indesejabilidade, como faziam com os negros os norte-americanos. Diferentemente dos americanos, aqui o jovem da periferia já traz gravada na carne, na alma, essa interjeição.

Nenhuma revolta, nenhuma vingança organizada. Nada que a sociedade deva se preocupar. Apenas o destempero de um segurança idiotizado, uma peça para reposição. No Cemitério São Luiz o murmúrio surdo da mãe e da jovem esposa.

Dentes cravados, os jovens cabisbaixos que acompanham o enterro trazem o sangue nos olhos. – O mano Alberto subiu!

Com muita raiva seguimos com eles, solidários, para tentar preservar essa auto estima
tão covardemente destruída desde o seu nascimento nas favelas.

A vitória da morte exercida com eficiência certeira desde sempre no país pelo braço armado contratado pela sociedade dominante e pelos seus comparsas que dominam toda a estrutura de poder do estado.

Pras Casas Bahia deixamos como lembrança o carnê saldado com a honra e a dignidade de um jovem trabalhador.

Adeus mano Alberto!


Fotos: Acima, Alberto numa exposição de arte quando ainda estava na Casa do Zezinho, em 2001; abaixo, foto recente.

sábado, 8 de novembro de 2008

Trinta


O trio


Ultimamente ando obcecada com a idéia de comemorar meus trinta anos, normal, se não faltassem quase tres pra chegar lá. Talvez seja essa enorme instisfação que toma conta de mim agora, deve ser a vontade de lembrar esse período como um tempo longínquo, assim como lembro dos meu horríveis 18 e 15 anos agora. Quero lembrar com um meio sorriso da época em que fiquei um ano desempregada, sem grande objetivos e sem força pra nada, sei lá, acho que tenho a ilusão de que até lá tudo isso vai ter passado, que vou estar realizada, satisfeita comigo mesma, mais bonita, que vou saber controlar a minha língua e aprender a lidar com as pessoas, que meu coração vai estar sossegado e vou finalmente descobrir o que espero da vida. Parece que estou entrando na segunda adolescência. Só espero que essa seja melhor que a primeira.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Família

Nesse sábado foi a comemoração das bodas de prata dos meus tios, ótimo pretexto pra reunir a família por dois dias inteiros. É difícil não pensar na importância dessas pessoas na formação do caráter e da personalidade de cada um. Chega a ser engraçado ver o quanto somos parecidos, mesmo quando queremos ser completamente diferentes, um bom exemplo é o quanto julgamos todo mundo, e queremos nos destacar do resto da sociedade. Pelo que sei, minha avó era assim, minha mãe e tias sempre foram assim, eu e meus primos e irmãos somos assim e ao que tudo indica, a geração que vem aí não vai ser diferente; gostamos de programas alternativos, não somos pessoas populares (eu que o diga), nem carinhosos ou atenciosos, dispnsamos o que todo mundo quer e temos certeza de que o mundo seria muito melhor se todos fossem iguais a nós. Temos inclusive uma frase pra isso "Ser Borges é um estado de espírito". Quando algum parente tem um pensamento mais senso comum adivinhem o que a gente diz: "Nem parece que é Borges". Não sei se foi bom ou ruim pra minha personalidade crescer nesse ambiente, mas sei o quanto é importante para um grupo ter sua própria identidade, seu valores bem definidos e suas crenças bem resolvidas. Acredito pelo menos que se tem que haver algum tipo de segregação, que seja pelas idéias.

sábado, 1 de novembro de 2008

Relacionamentos

Ganhei um jabuti, presente interessante num momento em que tenho questionado a minha capacidade de realmente me comprometer seja lá com o que for. Pra quem não sabe, o bichinho tem expectativa de vida de 70 anos. O meu relacionamento mais longo com alguém que não é meu parente tem 15 anos (foi justamente essa amiga que me deu o bicho), e o segredo dessa longevidade é que nos vemos umas duas vezes ao ano, no máximo. Invejo quem consegue mergulhar de cabeça num compromisso e ficar nele pro resto da vida, sem vir à tona nem pra respirar, não sou leviana, mas acho tremendamente difícil me manter firme quando as coisas vão mal, um exemplo tem sido a preparação pras provas; conheço gente que estuda (mesmo, de verdade) há mais de um ano, sem faltar um dia sequer, já eu, em tres meses de aula devo ter faltado pelo menos um mês inteiro. Mesmo sendo casada há cinco anos, e absolutamente fiel esse tempo todo também não creio que seja tão comprometida quento deveria, sempre tenho um plano B, e às vezes tenho a sensação de que isso não é lá muito bom. Bem, o que interessa é que agora tenho que cuidar do jabuti, que é uma graça e eu adoro, mas está sumido desde ontem de madrugada.

domingo, 19 de outubro de 2008

Vaidade


Depois de uma sexta - feira muito, mas muito ruim, acabei indo parar no cinema. Ainda bem. Assisti "Ensaio sobre a cegueira", com a Juliane Moore, a sensação que eu tive é que é um filme pra ser saboreado; horas depois da projeção ainda se tira conclusões e sensações novas. O modelo de filmagem, luz, linguagem, enredo, tudo lembra um curta-metragem, tem aquela cara de obra de arte que o torna único, é filme pra comprar e assistir de vez em quando, sempre que quiser mergulhar num universo despido de todas as máscaras. O filme é bem sobre isso; interessante como as pessoas perdem os pudores e se mostram mais quando são tiradas delas todas essas muletas que usamos todos os dias, como nome, condição social, rosto, individualidade, caras e bocas. Os relacionamentos se tornam mais profundos quando perdem a vaidade e não há lugar pra egoísmo, todos estão no primeiro degrau da pirâmide de Maslow, todas as necessidades são fisiológicas, de sobrevivência mesmo e os personagens, que não têm nome, nos fazem questionar o que faz uma pessoa ser o que ela é. O que faz de você, você.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Fracasso


Tudo o que se tenta está sujeito ao fracasso. E junto com ele vem a desesperança, vergonha, raiva de si mesmo, e pra mim o pior é o "e se...". E se tivesse feito assim, e se tivesse dormido direito, e se eu desistisse agora, e se eu nunca conseguir... Dói muito a sensação de derrota, e quando elas vão se acumulando então, isso vai ficando insuportável, queima como perder alguém, é inevitável ma a gente sempre acha que podia ter feito alguma coisa pra mudar isso. Como se alguém escolhesse falhar, logo vem a questão: Porra, se eu não consigo nem ser medíocre e fazer algo que eu nunca quis, o que é que eu vou conseguir?
Lembro dessa época do ano passado, quando tentava ser trainee e viajei pela primeira vez (sozinha) pra São Paulo, desde o aeroporto tive aquela sensação de que qualquer coisa poderia acontecer naquela cidade, e decidi que minha vida aconteceria lá(nem indo pra Europa senti isso). Um ano depois, fui reprovada em todos os nem sei quantos processos seletivos que tentei, estou desempregada, sendo sustentada, estudando pra concurso e ainda presa nessa cidade que (desculpe quem gosta) me faz sentir enterrada viva, e não consigo nem alcançar a única coisa que essa merda tem pra oferecer. Tô mal, sei que vou melhorar daqui uns dias e vou continuar tentando, até porque não tenho alternativa; não tenho chance no mercado particular aos 27 anos e formada por uma faculdade privada, mas bem privada mesmo. Resta a mim agora me resignar, me esforçar muito pra não odiar todos os que estão melhores que eu (90% das pessoas que conheço) e continuar tentado.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Mentiras

Embora não tenhamos eleições esse ano aqui em Brasília, é difícil ficar indiferente a toda essa movimentação no resto do país. Teve uma coisa que me chamou muito a atenção: 11 capitais reelegeram no primeiro turno seus atuais prefeitos. Juro que vou fazer minhas malas e me mudar pra uma delas, afinal se querem que o cara continue tanto assim é porque tá tudo ótimo né. Ou será a segurança de saber que as mentiras desse eu já conheço? Mentiras... difícil não pensar nelas agora. No quanto permitimos que mintam pra nós; nossos políticos, nossos "amigos", nossos parceiros, nós mesmos. Já ouvi uma pessoa dizendo que se a pessoa mentia pra ela era sinal que se importava em não perdê-la, em impressioná-la, e que isso, no fim, era bom. Particularmente tenho vontade de desaparecer quando percebo que estão mentindo pra mim. Considero um ultraje. Mas ultrajantes mesmo são as mentiras que conto pra mim; quero acreditar nelas, logo eu, que já fui tão prejudicada por mentiras de amigos, do pai, da família, da vida, agora invento estórias e fundamento minha vida nelas. Quero acreditar nelas e quero me livrar delas.

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Tempo

Coisas que faço durante uma prova de concurso de 4 horas

- Geralmente oro (dessa vez não, deve ter sido o sono)
- Escolho uma ou duas músicas pra trilha sonora (nessa: Elegia da alma e freak)
- Observo os outros candidatos (dessa vez tem pouca gente com cara que não leu nem o edital, tipo eu)
- Começo a ler a prova e fico com raiva porque não sei nada
- Penso na redação
- Respondo as que sei
- Lembro de alguma coisa engraçada que li durante a semana enquanto devia estar etudando
- Releio algumas questões e acabo entendendo a maioria
- Faço o rascunho da redação
- Respondo as questões de português
- Lembro de um sonho interessante
- Lembro o salário e benefícios do cargo
- Por isso, tento melhorar a redação
- Lembro que nunca quis ser funcionária pública
- Imagino como vai ser minha vida se passar nessa bagaça
- Termino as questões de constitucional e regimento
- Passo a redação a limpo e acabo mudando um monte
- Vou ao banheiro
- Passo as respostas pro gabarito
- Chuto algumas, de acordo com a teoria do professor de RI
- Percebo que estou com fome
- Faço uma lista de compras mental

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Momento Patriota


Se não me engano, essa música foi composta em 1992, mas não poderia ser mais atual, vamos amar nossa pátria, e uma boa maneira de fazer isso seria não deixá-la na mão de qualquer um. Criticar sim, abandonar, nunca.

Filho da Pátria Iludido

Composição: Gabriel O Pensador

Quando eu vejo um filho da pátria com a camisa dos Estados Unidos
Eu fico puto
Eu fico louco
Eu fico logo mordido
Porque se fosse um americano eu já não ia gostar
Mas o pior é brasileiro quando cisma de usar
Uma jaqueta ou uma camiseta com aquela estampa
D'aquela porra de bandeira azul vermelha e branca!
Eu não suporto ver aquilo no peito de um brasileiro
Me dá vontade de manchar tudo de vermelho
Vermelho sangue
Do sangue do otário
Que não soube escolher a roupinha certa no armário
E saiu de casa crente que tava abafando
Eu vô tentar me segurar mas eu não tô mais agüentando!!

Quando eu vejo um filho da pátria com a camisa dos Estados Unidos (cores dos States com as estrelas e as listras)
Quando eu vejo um filho da pátria com a camisa dos Estados Unidos (não somos patriotas nem nacionalistas)
Quando eu vejo um filho da pátria com a camisa dos Estados Unidos (como Tio Sam sempre quis)
Quando eu vejo um filho da pátria com a camisa dos Estados Unidos (amigo vai nessa que tu tá é fudido)

E ele saiu de casa crente que tava abafando
Eu fico puto
Eu fico triste
Eu fico quase chorando
De pena de raiva de tristeza de vergonha
Quando eu vejo esses babacas esses panacas esses pamonhas
Que têm coragem de ir pra rua com boné ou camiseta
Com as cores da bandeira mais nojenta do planeta!
Tem azul com estrelinha
Tem branquinho e tem vermelho
O filho da pátria é burro cego ou a casa dele não tem espelho?
Eu acho que é burro mesmo
Coitado
Sem rumo sem governo totalmente alienado
Bitolado do tipo que acredita no enlatado
Que passou no Supercine desse sábado passado
Eu tento me controlar conto até dez respiro fundo
Ô filho da pátria é assim que cê pensa que vai chegar no 1º mundo?
Vestindo essa bandeira de outro povo
Vestindo essa roupa escrota de submisso baba-ovo
Que vergonha que vexame que tragédia que fiasco:
O enforcado desfilando com a bandeira do carrasco!
Condenado
Parece que merece a morte
Me enraivece um colonizado usar a bandeira da metrópole!
E não espere eles invadirem a Amazônia
Pra saber que não passamos de uma mísera colônia
Em pleno século vinte e um beirando o ano dois mil
Por essas e outras devemos usar a bandeira do Brasil
E lutar por um país fudido
No quadro internacional
Tira a camisa dos Estados Unidos seu débil mental!

Refrão

I'm an American and I'm pround of my flag
But Gabriel is my friend and I understand what he said
You gotta have personality keep your own nationality
Look at yourself
Try to live your reality
And maybe we will all have just one nation some day
But now use your own flag let me be USA
Each one has his own country but life is way above
We aint't talking about hate
It's all about love...
Amigo cê tá perdido enganado iludido
Já devia ter sabido o que são os Estados Unidos
Um país infeliz
O mais hipócrita da terra
Malucos suicidas e imbecis que adoram guerra
Misturados num lugar cheio de farsa e preconceito
Me diz porque essa merda de bandeira no seu peito?
O quê que cê quer dizer quando veste uma camisa exaltando as belas cores dos opressores que te pisam?
O quê que cê quer passar pra pessoa que olhar pro seu peito e num entender de que lado você tá?
Mas não precisa responder
Cê tá do lado de baixo
Você é uma fêmea no cio e o Tio Sam é o seu macho
Você é o capacho dos norte-americanos
Por isso ainda acho que existe algum engano
Porque eu não me rebaixo a passear vestido
Com a roupa do inimigo: os Estados Unidos



P.S Meninas de tailleur rosa também podem gostar de rap.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Mudanças


Sempre que penso em mudanças, penso em melhoras, não sei de onde vem tanto otimismo porque, na prática, mudanças não costumam me favorecer muito. As melhores mudanças pra mim são aquelas semi-conscientes, a pessoa tem uma atitude esperando um resultado x e a vida traz pra ela x e y. É como se matricular num curso pra melhorar sua vida profissional e acabar se apaixonando por lá (não, isso nunca aconteceu comigo), ou fazer uma viagem só pra conhecer um lugar qualquer e receber uma excelente proposta de trabalho.
Acho que é uma mudança assim que eu busco agora, tipo atirar no que vejo e acertar no que não vejo. Dá medo, mas esse friozinho na barriga é o tempero perfeito pra vida.

domingo, 14 de setembro de 2008

Fugiu tudo


Fiquei a semana inteira com milhões de posts na cabeça pra escrever, agora estou sozinha em casa, na frente do computador e nada vem. Branco total, até lembro dos assuntos mas não vem nada interessante pra dizer. Deixa pra outra hora. Fui.

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Irmãos


São os primeiros amigos, e muito provavelmente os últimos também, tenho dois, incríveis, cada um com sua maneira e adoro ambos. Meus irmãos são os meus melhores amigos, conselheiros, companheiros, entram em qualquer roubada por mim. Claro que como todo filho do meio, já desejei ser filha única, e óbvio que já tivemos briga homéricas, mas sei que sou privilegiada por essa relação e acho que o mundo seria muito melhor se todos fossem amigos dos seus próprios irmãos.