quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Momento saudade da mamãe


Depois de uma manhã de emoções fortes, finalmente alguma coisa me fez chorar. Música sempre me toca, e a voz do Freddy sempre mexeu muito comigo.

Love Of My Life

Queen

Composição: Freddie Mercury

Love of my life, you've hurt me
You've broken my heart, now you leave me.
Love of my life can't you see,

Bring it back bring it back,
Don't take it away from me,
Because you don't know
What it means to me.

Love of my life dont leave me,
You've stolen my love, you now desert me,
Love of my life can't you see,

Bring it back bring it back,
Don't take it away from me,
Because you don't know
What it means to me.

You will remember
When this is blown over,
And everythings all by the way,
When I grow older,
I will be there at your side,
To remind you how I still love you
I still love you.

Hurry back hurry back,
Don't take it away from me,
Because you don't know
What it means to me.

Love of my life ...

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Quebra-cabeças

Do que somos formados? De que mistura rara e complicada resulta uma pessoa e tudo o que ela representa? Herança genética? Experiências? Relacionamentos? Tudo isso junto e mais alguma coisa? Acho que é por aí, a questão é essa "mais alguma coisa". Gosto de acreditar em alma, alguém mais cético pode falar em inúmeras combinações possíveis que fazem cada um ser o que é. Por que mudamos tanto e continuamos sendo os mesmos? Definitivamente não sou a mesma pessoa que era dois anos atrás, provavelmente não sou a mesma que era há 24 horas, mas posso lembras de atos de 20 anos que representam muito bem a pessoa em que me tornei. Disso tudo só consigo tirar uma conclusão: ainda bem que eu não estudei psicologia.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Tarja Preta


Finalmente o meu descontrole me rendeu uma receitinha azul, não me incomodo nem me sinto anormal com isso, mas é interessante ver o quanto as pessoas se chocam, minha amiga da época da faculdade me fez fazer um relato detalhado de como cheguei a "esse ponto", meu marido me trata como se eu fosse surtar a qualquer minuto e hoje fez a nossa vizinha vir aqui porque eu não atendi o telefone (o aparelho está ruim e às vezes não toca) nunca fui tratada com tanto cuidado por todo mundo, o que é engraçado, porque estou muito melhor agora do que antes (acho que é essa a idéia do remédio, não é?) estou disposta e muito mais paciente que o normal, e já tem uns dois dias que não penso em virar hippie e me mudar pra Pirenópolis, quem me conhece consegue me imaginar vivendo como hippie? Acho que não. O que interessa é que estou bem, não estou ótima, mas estou bem.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Post retirado do "Blog do Tas"

Não dá pra acrescentar nada e nem pensaria em escrever melhor, só que de novo sinto vergonha de fazer parte dessa sociedade.

"Zezinho" é assassinado



A Casa do Zezinho, há mais de 10 anos, é um oásis de cultura, educação, civilidade e afeto para 2 mil crianças na periferia de São Paulo. Localizada no epicentro dos bairros Jardim Ângela, Capão Redondo e Parque Santo Antônio, a Casa oferece dezenas de oficinas culturais, além de apoiar os jovens na escola e na vida doméstica. A maioria esmagadora deles não tem pai, poucos podem contar com a mãe, geralmente ocupada em lutar na cidade para levar algum dinheiro para casa, ou em muitos casos, afundada no alcoolismo.

Mesmo com esse quadro duro, assustador, frequentar a Casa do Zezinho, com frequento como colaborador voluntário há mais de 5 anos, é uma grande alegria. Porque lá a gente aprende com o sorriso e garra das crianças. Quem vive do outro lado da moeda e acha que a vida é dura e injusta, pode tomar uma ducha instantânea de ensinamentos a um simples contato com um garoto ou garota da Casa do Zezinho. Todos eles são sobreviventes e vencedores de uma guerra dura e diária.

Na última segunda-feira, essa ONG, que representa um verdadeiro DNA de ética e eficiência para o país, foi barbaramente atingida. Um de seus "Zezinhos" mais queridos, já grandinho, com 23 anos, lutanto para enfrentar a vida, agora como pai de família, foi estupidamente assassinado. O nome dele é Alberto Milfont Jr. Segue o relato indignado abaixo das educadoras da Casa do Zezinho, ao quem eu me junto e convido cada um de vocês a se juntar e espalhar essa notícia por aí.



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Nota de repúdio e indignação

A Casa do Zezinho está de luto. A ONG Casa do Zezinho mostra seu profundo repúdio e indignação. Um dos seus filhos queridos, o jovem Alberto Milfont Jr, (23), foi barbaramente assassinado dentro das Casas Bahia na Estrada de Itapecerica por um segurança terceirizado, que trabalha nessa instituição, na segunda feira por volta das 16 horas. O segurança, em sua defesa, alega que agiu assim porque simplesmente o jovem estava mal vestido.

O jovem Alberto, mal vestido, morre com a nota fiscal, com comprovante de compra nas mãos.

Enquanto aguardava dentro da loja, “roupa de trabalhador”, sua esposa Darilene (22) voltava do caixa aonde fora pagar a prestação da compra de um colchão. Foi abordado pelo assassino, terno preto. Depois de um bate boca ligeiro o segurança saca da arma e atira à queima roupa. O jovem tomba sem vida.

Suas últimas palavras: Sou cliente, não sou ladrão!”. A partir daí se calou. Calou da mesma forma como estamos calados, sufocados há 400 anos. Que grande equívoco este país!

Mal vestido, roupa de trabalho, é um sinal verde para o braço armado da sociedade, o assassino pago para atirar. Alberto deixa esposa e um filho de 5 meses. Alberto deixa morta a remota esperança de milhares de jovens brasileiros. Estudar pra que? Trabalhar pra que? Ser honesto pra que? Brasileiros alfabetizados, respondam honestamente essa pergunta!

O menino brincalhão, comprido e de pernas finas entrou para a Casa do Zezinho aos 10 anos. Sua turma do Parque Santo Antônio já estava todinha ali. Vai ser muito legal, ali vamos nos divertir para valer. O jovem deixa excelentes recordações em toda nossa comunidade, onde permaneceu como um membro muito querido até 2003.
Estava de casamento marcado com a jovem Darilene, com quem tinha um filho de apenas 5 meses.

Suspeita e pobreza sempre juntas na nossa história.

Nenhum (a) jovem “mal vestido” (leia-se moreno, pardo) da periferia ousa sequer pisar num shopping de grife da cidade sem levantar as mais alarmantes suspeitas. Nenhuma placa, nenhum sinal explcita essa indesejabilidade, como faziam com os negros os norte-americanos. Diferentemente dos americanos, aqui o jovem da periferia já traz gravada na carne, na alma, essa interjeição.

Nenhuma revolta, nenhuma vingança organizada. Nada que a sociedade deva se preocupar. Apenas o destempero de um segurança idiotizado, uma peça para reposição. No Cemitério São Luiz o murmúrio surdo da mãe e da jovem esposa.

Dentes cravados, os jovens cabisbaixos que acompanham o enterro trazem o sangue nos olhos. – O mano Alberto subiu!

Com muita raiva seguimos com eles, solidários, para tentar preservar essa auto estima
tão covardemente destruída desde o seu nascimento nas favelas.

A vitória da morte exercida com eficiência certeira desde sempre no país pelo braço armado contratado pela sociedade dominante e pelos seus comparsas que dominam toda a estrutura de poder do estado.

Pras Casas Bahia deixamos como lembrança o carnê saldado com a honra e a dignidade de um jovem trabalhador.

Adeus mano Alberto!


Fotos: Acima, Alberto numa exposição de arte quando ainda estava na Casa do Zezinho, em 2001; abaixo, foto recente.

sábado, 8 de novembro de 2008

Trinta


O trio


Ultimamente ando obcecada com a idéia de comemorar meus trinta anos, normal, se não faltassem quase tres pra chegar lá. Talvez seja essa enorme instisfação que toma conta de mim agora, deve ser a vontade de lembrar esse período como um tempo longínquo, assim como lembro dos meu horríveis 18 e 15 anos agora. Quero lembrar com um meio sorriso da época em que fiquei um ano desempregada, sem grande objetivos e sem força pra nada, sei lá, acho que tenho a ilusão de que até lá tudo isso vai ter passado, que vou estar realizada, satisfeita comigo mesma, mais bonita, que vou saber controlar a minha língua e aprender a lidar com as pessoas, que meu coração vai estar sossegado e vou finalmente descobrir o que espero da vida. Parece que estou entrando na segunda adolescência. Só espero que essa seja melhor que a primeira.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Família

Nesse sábado foi a comemoração das bodas de prata dos meus tios, ótimo pretexto pra reunir a família por dois dias inteiros. É difícil não pensar na importância dessas pessoas na formação do caráter e da personalidade de cada um. Chega a ser engraçado ver o quanto somos parecidos, mesmo quando queremos ser completamente diferentes, um bom exemplo é o quanto julgamos todo mundo, e queremos nos destacar do resto da sociedade. Pelo que sei, minha avó era assim, minha mãe e tias sempre foram assim, eu e meus primos e irmãos somos assim e ao que tudo indica, a geração que vem aí não vai ser diferente; gostamos de programas alternativos, não somos pessoas populares (eu que o diga), nem carinhosos ou atenciosos, dispnsamos o que todo mundo quer e temos certeza de que o mundo seria muito melhor se todos fossem iguais a nós. Temos inclusive uma frase pra isso "Ser Borges é um estado de espírito". Quando algum parente tem um pensamento mais senso comum adivinhem o que a gente diz: "Nem parece que é Borges". Não sei se foi bom ou ruim pra minha personalidade crescer nesse ambiente, mas sei o quanto é importante para um grupo ter sua própria identidade, seu valores bem definidos e suas crenças bem resolvidas. Acredito pelo menos que se tem que haver algum tipo de segregação, que seja pelas idéias.

sábado, 1 de novembro de 2008

Relacionamentos

Ganhei um jabuti, presente interessante num momento em que tenho questionado a minha capacidade de realmente me comprometer seja lá com o que for. Pra quem não sabe, o bichinho tem expectativa de vida de 70 anos. O meu relacionamento mais longo com alguém que não é meu parente tem 15 anos (foi justamente essa amiga que me deu o bicho), e o segredo dessa longevidade é que nos vemos umas duas vezes ao ano, no máximo. Invejo quem consegue mergulhar de cabeça num compromisso e ficar nele pro resto da vida, sem vir à tona nem pra respirar, não sou leviana, mas acho tremendamente difícil me manter firme quando as coisas vão mal, um exemplo tem sido a preparação pras provas; conheço gente que estuda (mesmo, de verdade) há mais de um ano, sem faltar um dia sequer, já eu, em tres meses de aula devo ter faltado pelo menos um mês inteiro. Mesmo sendo casada há cinco anos, e absolutamente fiel esse tempo todo também não creio que seja tão comprometida quento deveria, sempre tenho um plano B, e às vezes tenho a sensação de que isso não é lá muito bom. Bem, o que interessa é que agora tenho que cuidar do jabuti, que é uma graça e eu adoro, mas está sumido desde ontem de madrugada.